Dívidas com bancos e cartões de crédito têm sido os “vilões” da inadimplência dos moradores do Cabo de Santo Agostinho. Isto é o que vem constatando o Procon municipal desde o ano passado. Na semana do Consumidor, o órgão está promovendo um mutirão de negociação para permitir que consumidores consigam sair do vermelho.Nesta segunda-feira (11), primeiro dia do mutirão, a sede do órgão amanheceu com uma fila de pessoas, buscando solução para suas dívidas. “O mais importante em ações
como esta é que as pessoas retomem seu poder de compra”, diz a gerente do Procon Cabo, Quésia Maria da Silva. O mutirão segue até sexta-feira (15), Dia do Consumidor. O atendimento no Procon Cabo é feito das 8h às 14h. Apenas a unidade do Centro está realizando o mutirão.Ela explica que muitos dos casos observados, as dívidas com cartões de créditos estão relacionadas a gastos com alimentos. “ Vemos muitos casos de pessoas que estão usando o cartão para fazer a feira em supermercados. São pessoas que, por questões sociais, estão garantindo o alimento diário para a família, fazendo compras com o cartão”, revela Quésia Maria.
No mutirão de negociação as empresas e instituições bancárias oferecem descontos ou vantagens para o parcelamento ou quitação de dívidas. A Compesa concede até 90% de desconto de juros e multas para quem possui dívida prescrita (com mais de cinco anos). Já a Celpe está parcelando em até 11 vezes os débitos, com entrada de 20%.Os bancos, cartões de crédito e telefonia fazem negociação caso a caso. “Mas sempre é possível conseguir um bom acordo”, diz Quésia. As negociações são feitas na hora.
Em grande parte dos casos, o consumidor já sai do Procon com o acordo firmado. “Quando não é possível manter o contato direto com a instituição, nós abrimos um protocolo de negociação e no prazo de 10 dias, o caso é resolvido”.O Procon Cabo realiza três mutirões anuais: em março, setembro e dezembro. Neste mesmo período do ano passado, aproximadamente mil pessoas tiveram suas dívidas negociadas pelo órgão.
Por Ana Cristina Lima
Foto: João Barbosa