O processo licitatório para a contratação de uma empresa especializada na recuperação e ampliação do Teatro Barreto Júnior, no Cabo de Santo Agostinho, já está em andamento. As propostas serão recebidas até o dia 23 deste mês.Em junho de 2013, um incêndio atingiu o teatro e quatro anos mais tarde, em 2017, um segundo incêndio levou o prédio a um estado de total abandono. Desde então, a classe artística local vem reivindicando a reconstrução do espaço.
Essa etapa licitatória é um avanço significativo para soerguer um dos principais equipamentos culturais da cidade e representa um marco para o resgate da cultura local, consolidando o compromisso do governo municipal com o desenvolvimento artístico e o patrimônio histórico do Cabo de Santo Agostinho.
O Secretário de Cultura do município, Alexandre Neres, destacou a importância da obra para o fortalecimento da cultura local. “É de suma importância reativar os espaços de culminância do movimento cultural e artístico cabense, para que nossos munícipes se orgulhem da sua história e ocupem esse lugar de exaltação da cultura na nossa cidade, inspirando as gerações futuras”, afirmou.
Edinilson Alves de Oliveira, gerente de promoção da cultura do Cabo e um dos protagonistas no movimento cultural da cidade, celebrou o momento. “Finalmente o Cabo vai ter de volta o seu teatro, fruto de um esforço coletivo e de uma gestão que valoriza a cultura. Estamos de olho no futuro, e fico feliz de ver antigos equipamentos voltarem a ser valorizados, como o novo Mercado das Artes. Reconstruir o Barreto Júnior é um símbolo de que a cultura forma a sociedade”, comentou.
HISTÓRIA - Com 39 anos de existência, o teatro, que leva o nome de José do Rego Barreto Júnior, ator e diretor de teatro cabense, é uma homenagem à sua contribuição para a cena teatral brasileira. O equipamento possui uma rica história cultural que remonta à década de 1930 antes da sua construção. Ao longo dos anos, abrigou diversas atividades culturais, sendo posteriormente reconhecido como a Casa da Cultura, onde ocorriam shows de calouros e outras atividades. Na mesma época, a Associação Cabense de Teatro Amador liderou um movimento de artistas locais que reivindicava a transformação definitiva do espaço em um teatro. A demanda se intensificou após o fechamento do antigo Sesi, que até então era o único local adequado para apresentações teatrais.
A inauguração do Teatro Barreto Júnior, em 1985, trouxe uma estrutura mais adequada, com palco ampliado, bastidores e equipamentos de iluminação, além de cadeiras provenientes do antigo Cine Santo Antônio. Durante seus primeiros anos de funcionamento, o teatro foi palco de eventos como a Mostra Cabense de Esquetes e Poesias Encenadas (Mocaspe) e quatro edições do Festival Nacional de Teatro do Cabo (Fenateca), onde peças como O Auto da Compadecida e O Auto das Sete Luas de Barro foram apresentadas.
Texto: Evelyn Carolina Lima
Foto: João Barbosa (Arquivo)
