Há cerca de 24 anos, trabalhadores rurais dos Engenhos Universo, Vila Real e Pantorra ocupam parte dessas terras como acampamentos. Ontem (15), representantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), do Incra e da Secretaria de Agricultura do Cabo de Santo Agostinho se reuniram para participar de um ato público sobre o processo de compra dos engenhos, visando oficializar o território como assentamento da reforma agrária.
“O Incra vai adquirir a terra e entregá-la aos
agricultores, e este evento faz parte da formalização do início desse processo de compra”, explicou o secretário de Agricultura, Adailton Melo. “Mais de 200 famílias serão assentadas e, finalmente, terão uma terra para chamar de sua. Isso trará desenvolvimento e impulsionará a economia do município”, afirmou.O último assentamento legalizado no Cabo de Santo Agostinho foi o de Arariba de Baixo, em 1996. Após quase trinta anos, o município presencia um novo processo de aquisição de
terras, abrangendo uma área média de 841 hectares, produtiva e propícia para moradia, destinada aos moradores e trabalhadores que têm ocupado o espaço. “Antes éramos apenas acampados sem direito a nada. Agora, com o título de posse, poderemos acessar os recursos e políticas públicas oferecidas pelas esferas municipal, estadual e federal”, declarou Dinho França, uma das lideranças do MLST no Cabo.Raiane Vitória, representante da juventude do MLST, fez um discurso caloroso sobre o
momento e a conquista dos trabalhadores, moradores e militantes da região. “Agricultor familiar é essa imensidão de pessoas. A reforma agrária somos nós”, enfatizou.Também estiveram presentes o Superintendente do Incra, Givaldo Cavalcante, e a Chefe Substituta de Divisão e Desenvolvimento, Andreza Renata Serafim, que leu a ata do ato de compra. “Nossa presença aqui é justamente para tornar público o andamento do processo de compra de duas áreas no município, que está em
negociação entre o Incra e o grupo JB. Estamos felizes por essas áreas, mas o trabalho continua, pois sabemos que outras localidades também precisam dessa legalização”, declarou Givaldo.Fotos: João Barbosa
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