Teve início nesta segunda-feira (23/10), a capacitação em hanseníase para médicos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas da rede municipal de Saúde do Cabo de Santo Agostinho, no Centro Administrativo Municipal (Cam 1). O objetivo é aumentar a identificação de novos casos da doença, possibilitando o diagnóstico precoce.

O Cabo está entre os municípios de Pernambuco que apresentou em 2016 o surgimento de novos casos, principalmente em jovens de 15 anos. O treinamento é feito por especialistas do Ministério da Saúde, dentro do Projeto “Abordagens Inovadores para Intensificar Esforços para um Brasil Livre de Hanseníase”, desenvolvido em parceria com a Organização Panamericana da Saúde (OPAS).

Hoje foi um dia de aulas teóricas. Nesta terça-feira (24) o grupo será distribuído em três equipes. Elas vão realizar a parte prática, com atendimento de pacientes na Unidade de Saúde da Família (USF) de Caçari, em Ponte dos Carvalhos, das 8h30 às 16h30.  Outro grupo fará atendimento na USF da Mangueira, das 13h às 16h30.

O treinamento realizado pelo Ministério da Saúde prossegue até o dia 26, com todas as equipes numa grande ação voltada para  o atendimento à população, em Ponte dos Carvalhos, na Escola Maria José Paiva, a partir das 8h30.

“A hanseníase pode incapacitar se o diagnóstico não for precoce”, disse a fisioterapeuta do Ministério da Saúde Geísa Campos. Ela reforça a importância da população estar atenta aos sintomas e procurar a unidade de saúde mais próxima para iniciar o tratamento.

DADOS – Em 2016 o Estado de Pernambuco registrou 1.856 casos novos de hanseníase. Desses, 176 (9,5%) foram em menores de 15 anos. Do total de casos novos e avaliados quanto ao Grau de Incapacidade Física (GIF) no diagnóstico, 86 iniciaram o tratamento com GIF 2.

No Cabo de Santo Agostinho, no mesmo ano, foram registrados 74 novos casos na população em geral, o que corresponde a 3,9% do total de casos novos diagnosticados no Estado. Do total desses casos, 9 foram em menores de 15 anos.

O Cabo tem 152 pessoas em tratamento da hanseníase, no Centro de Testagem Herbert de Sousa. Além do tratamento, os pacientes participam dos grupos autocuidado e geração e renda, criados para auxiliar no resgate da autoestima e de atividades rotineiras, que apresentam dificuldades em função das sequelas da doença.

SINTOMAS – A hanseníase pode ser curada com 6 a 12 meses de tratamento. Seu diagnóstico é clínico, mas se descoberta em estado avançado, a hanseníase pode virar uma doença crônica e deixará sequelas. Seu tratamento precoce evita deficiências. Os sintomas mais comuns são manchas claras ou vermelhas na pele, diminuição da sensibilidade, dormência e fraqueza nas mãos e pés.

Texto: Ana Cristina Lima/Secom
Fotos: João Barbosa