Morreu, há pouco, em casa, o ex-vereador Liberato Costa Júnior, 97 anos, por falência múltipla dos orgãos, um dos políticos pernambucanos de vida pública mais longeva. Teve 10 mandatos na Câmara do Recife. Não reeleito, estava prestando consultoria à Câmara. Liberato nasceu em 11 de abril de 1918. Além de vereador, teve um mandato de deputado estadual e ocupou interinamente a Prefeitura do Recife.
Ao agradecer a homenagem que recebeu há dois anos, pela passagem dos 95 anos, Liberato falou do que mais gostava: história. Lembrou lutas libertárias do Recife, como a Revolução Pernambucana de 1817 e a Confederação do Equador. Não esqueceu também de exaltar o Recife, cidade de quem sempre se declarou um amante.
“Essa homenagem é uma manifestação de apreço, de solidariedade e de admiração a minha pessoa que eu não tenho como encontrar em língua viva nenhum adjetivo que traduza meu sentimento. Ser vereador do Recife é uma outorga, em termos políticos, da maior significação para o Brasil. A cidade, pela sua história, lutas liberais, republicanas, heróis e mártires, moldura todo aquele que aqui chegar com a representação popular e ser representante do povo do Recife é a síntese de tudo isso", afirmou, naquela ocasião.
Trajetória – O velho ‘Liba’, como também era conhecido, por coincidência, estudou o primário na antiga Escola Normal onde hoje é a sede da Câmara Municipal, local que atuou durante 10 mandatos de vereador e foi em 2012 o parlamentar mais velho em exercício no Brasil.
Liberato ingressou na política pela União Democrática Nacional (UDN) e tentou o primeiro cargo em 1951, mas ficou na suplência e só nas eleições de 1955 foi que se elegeu vereador do Recife pela primeira vez. Posteriormente ele saiu do UDN e foi para o Partido Social Trabalhista (PST), até que veio o movimento militar e o presidente da época, Castelo Branco, mudou os partidos e Liberato fundou o Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
Além de exercer a função de vereador por uma década na Casa José Mariano, o velho Liba foi prefeito do Recife, em 1963, pela vacância do chefe do executivo, Miguel Arraes, eleito governador e o vice Artur Lima Cavalcanti eleito a deputado federal. Liberato Costa Júnior era viúvo, nunca teve filhos e cumpriu o último mandato de vereador recifense até 31 de dezembro de 2012.
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