Para unir forças no combate ao Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus, a Secretaria de Saúde do Cabo de Santo Agostinho promoveu uma reunião, na manhã desta quarta-feira (02/12), com representantes do governo municipal e da sociedade civil. O encontro, realizado no auditório Padre Vander Velden, em Pontezinha, teve como finalidade repassar as informações atuais sobre os casos de microcefalia relacionados ao zika vírus e apresentar as primeiras atividades a serem desenvolvidas pela prefeitura, que pretenderá mobilizar toda a população cabense na luta contra o vetor.
“Esse é o primeiro encontro de muitos que pretendemos fazer com a sociedade cabense, para que toda a população se engaje no combate a esse mosquito. Precisaremos do apoio de todos, visto que mais de 90% dos nascedouros desse vetor encontram-se dentro das residências”, destacou o secretário municipal de Saúde, Ricardo Marlon. “Vamos precisar do engajamento de todos vocês, gestores escolares, secretários municipais, líderes comunitários e religiosos, para a multiplicação das informações e envolvimento nos mutirões que iremos fazer em todas as localidades do município”, declarou.
Ele iniciou a reunião exibindo dados e informações sobre o aumento significativo de casos de microcefalia, que atinge recém-nascidos com a má-formação do cérebro, podendo trazer sequelas ao seu desenvolvimento cognitivo e motor. “Em 2014, Pernambuco registrou 14 casos da doença. Este ano, até o momento, já foram notificados 646 casos suspeitos. Em 28 de outubro, o Ministério da Saúde confirmou a relação entre o zika vírus e o surto de microcefalia no país, principalmente no Nordeste”, explicou Marlon. “Este é um problema inédito e que aflige todo o Brasil, por isso estamos vendo toda essa mobilização nacional para erradicarmos o mosquito”, acrescentou.
Em 2015, o Cabo registrou 727 casos de dengue e 0 (zero) notificações de casos de chikungunya e zika vírus. A enfermeira Priscila Machado, da Vigilância Epidemiológica, lembrou que possíveis casos de zika e chikungunya podem ter sido diagnosticados como dengue, assim como ocorrido em outros municípios, devido aos sintomas semelhantes. Ela também informou que até o momento foram notificados 9 (nove) casos suspeitos de microcefalia, que já estão sendo acompanhados pela Secretaria Municipal de Saúde.
PRIMEIRAS ATIVIDADES – Dentre as ações prioritárias estão reuniões com a equipe técnica da Secretaria para implantar e estruturar fluxo assistencial às famílias; visitas domiciliares aos casos notificados de microcefalia (avaliação e acompanhamento); distribuição para as unidades de saúde do Protocolo de Microcefalia (questionário de notificação); e a realização de mutirões contra o mosquito aedes aegypti, com visita aos domicílios.
O secretário informou que a primeira localidade a receber o mutirão será Ponte dos Carvalhos, que apresenta três casos suspeitos de microcefalia. A ação será iniciada na próxima segunda-feira (07/12), a partir das 9h. “Mais de 100 agentes de saúde e de combate a endemias estarão participando dos mutirões, mas queremos envolver as escolas, as igrejas, as equipes de Defesa Civil, da Guarda Municipal, da Limpeza, todos que possam contribuir para o sucesso das atividades”, finalizou Ricardo. Nesta sexta-feira (04), haverá reuniões entre os secretários municipais, pela manhã, e com representantes da sociedade civil, à tarde, para alinhar todas as ações.
“Eu parabenizo a Secretaria por essa iniciativa. O mutirão em cada bairro com certeza deverá ter um ótimo impacto, desde que toda a população esteja envolvida e consciente de que deve fazer sua parte”, comentou a gestora escolar Elsione Benevides. “Hoje estamos fazendo história, discutindo como vamos mudar esse quadro. Sem dúvida esse é o maior problema de saúde pública do Brasil e temos que unir esforços e fazermos nossa parte. De janeiro a maio, deveremos ter picos desses casos, então temos que nos mobilizar urgentemente se quisermos minimizar as consequências”, enfatizou o médico Renato Freitas.
No município, as gestantes que tiverem o diagnóstico de microcefalia de seus bebês podem procurar assistência nas Unidades de Saúde da Família ou o Hospital Infantil, para uma avaliação com uma equipe multidisciplinar. O Nasf (Núcleo de Assistência em Saúde da Família) também acompanhará esses casos. “Queremos tranquilizar e acompanhar todas as gestantes cabenses, para que elas se protejam dessas doenças tomando medidas com usar repelentes, usar roupas compridas, evitar bebidas alcoólicas, entre outras”, explicou Ricardo Marlon.
Outras informações podem ser obtidas na Secretaria Municipal de Saúde, localizada no Centro Administrativo Municipal 2, às margens da PE-60, ou pelo telefone da Vigilância Epidemiológica – 3524-9068.
Texto: Raíza Muniz – Secom/Cabo
Fotos: João Barbosa
Fotos: João Barbosa
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