O espetáculo teatral “A Escola de onde vejo o mundo”, encenado por 100 estudantes da rede municipal de ensino do Cabo de Santo Agostinho, estreou nessa quarta-feira (15) para uma plateia lotada e emocionada, no Auditório Luiz Alves Lacerda, em Garapu. A realização da peça foi uma parceria da dramaturga e professora de Artes Evânia Copino com a Coordenadoria de Linguagens da Secretaria Municipal de Educação (SME), e envolveu alunos e ex-alunos de quatro escolas municipais.
A peça dramatiza temas complexos como a violência doméstica, o tráfico de drogas e o bullying nas escolas. Até a estreia do espetáculo foram três meses de ensaio e mobilização de professores e alunos das escolas Benedito da Rocha, Marivaldo Burégio, Cláudio Gueiros e CAIC. Os temas foram escolhidos a partir de depoimentos dos alunos e que inspiraram o texto e a direção de Copino. A peça mostra os desafios que alguns alunos convivem no seu cotidiano e que o espetáculo ajuda a comunicá-los e enfrentá-los com uma linguagem dinâmica.
Dentre as várias cenas que emocionaram a plateia, os alunos encenaram uma discussão entre os pais da protagonista da estória, após o desemprego do pai da personagem. Em outra cena há uma interpretação musical em Língua Brasileira de Sinais (Libras), oficializada como o segundo idioma oficial do Brasil. De acordo com Copino, a peça deverá ser apresentada também nas escolas onde os estudantes participaram do espetáculo.
“A gente fala sobre o problema do tráfico de drogas, sobre o bullying contra alunos surdos e da violência doméstica, tendo os pais do alunos assistindo na plateia. Então nós temos estudantes que às vezes nos diz que faltou a aula porque teve alguma briga muito violenta na casa deles e não quis deixar a mãe. Se por acaso um pai que faz essa violência vê essa cena, então ele pode se identificar e perceber o quanto aquela atitude causa dor na família e repercute dentro da escola”, disse Copino.
A gerente de ensino Benedita Gomes representou o secretário de Educação, Adelson Moura, e bastante emocionada enalteceu o espetáculo. “Como é importante esse trabalho que Evânia Copino tem feito junto com outros professores e dirigentes escolares. Como é bom ver que o Cabo tem tantos talentos. Parabéns, Evânia, pelo que você faz. Parabéns a todos os estudantes”, declarou.
O coordenador da área de Linguagens da SME, Rosemberg Nascimento, destacou que a peça é parte de um planejamento da Coordenadoria, que estimula os eventos de artes nas escolas. “Foi um sucesso e percebemos uma resposta do público que a cada ano lota os auditórios. A gente vê que quando o poder público investe em cultura e educação a cidade só prospera. É um trabalho que vem sendo feito ao longo de quatro anos a fim de encenar de duas a três peças por ano, envolvendo o máximo de escolas possível”, destacou.
O coordenador ainda disse que, possivelmente, outras peças devem ser encenadas nas escolas ainda este ano. “Vamos estimular novas peças na Escola Eronides Soares, em Pontezinha, e estamos vendo a possibilidade também de fazer um trabalho similar na Escola Vereador Reginaldo Loreto, no Loteamento Nova Era. Estamos pensando a possibilidade de realizar um festival para exibir as três peças no final do ano”, revelou Nascimento.
Texto: Diego Lós – Ascom da SME/Cabo
Fotos: João Barbosa
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