sexta-feira, 27 de maio de 2016

Peça sobre drogas e violência doméstica envolve 100 estudantes do Cabo

IMG_20160527_141217_156A premiada artista e professora de artes da rede municipal de ensino do Cabo de Santo Agostinho, Evânia Copino, está dirigindo uma nova peça teatral, chamada “A Escola de onde vejo o mundo”, em torno da temática das drogas e os problemas consequentes para a sociedade. O espetáculo envolve cerca de 100 estudantes em parceria com as escolas municipais Antônio Benedito da Rocha, Cláudio Gueiros, Marivaldo Burégio e CAIC e está previsto para estrear no dia 15 de junho, às 8h30, no Auditório Luiz Alves Lacerda da escola-modelo Antônio Benedito da Rocha, em Garapu.
IMG_20160527_141217_167A peça tem o texto e direção de Evânia Copino, produção executiva da artista Elenita Costa e coreografia de Nando Costa. Dentre os assuntos abordados no espetáculo estão a violência doméstica sofrida por crianças e adolescentes em suas próprias casas, o preconceito em relação aos deficientes auditivos e principalmente o impacto destrutivo das drogas para os adolescentes e famílias.
A partir dos relatos dos próprios alunos que falaram sobre as dificuldades vividas na família ou vizinhaça, a professora usou a arte para que os alunos refletissem sobre esses problemas. “O espetáculo foi criado a partir de depoimentos deles. Muitos vieram de fora do Cabo, no boom do Complexo de Suape em busca de uma vida melhor. Com a crise nacional, alguns pais perderam os empregos e as famílias não puderam mais voltar. Assim, alguns desses pais de família começaram a beber e ficaram agressivos com as crianças ou se afastaram da família”, revela Copino.
IMG_20160527_141217_182Além da violência doméstica, outros problemas relatados no cotidiano dos alunos também são abordados na peça. “Nós colocamos ainda o preconceito e o bullying sofrido pelos estudantes com deficiência auditiva. E talvez o mais grave problema é o aliciamento de alguns adolescentes pelo tráfico de entorpecentes. Muitos estudantes perdem as oportunidades que a vida poderia proporcionar e até mesmo a própria vida. E então entram em um mundo difícil de sair e a família é destruída a partir de então”, destacou a atriz e dramaturga.
Os estudantes atores demonstraram satifação em expressar através da arte os problemas difíceis que muitos deles vivenciam no cotidiano. De acordo com a dirigente Clarice Barbosa, o entusiamo em participar dos ensaios semanais da peça deve corresponder ao rendimento escolar. “Nós acertamos uma regra com nossos alunos em que, para participar dos ensaios eles devem ter boas notas também nas outras disciplinas para sempre valorizar os estudos”, destacou a dirigente escolar.
Texto e fotos: Diego Lós – Ascom da SME/Cabo

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